Sunday, December 17, 2006

Nada de especial 2

Ora portanto aqui está o chamado resto. Divirtam-se.

A face dela parece estar a arder de tanto calor que emana. Uma temperatura febril de quando se ama alguém e se vive uns minutos no presente. Eu, pelo contrário, embora também a ame, estou frio como uma pedra. Sou incapaz de demonstrar involuntariamente os meus sentimentos.
Os meus dentes deslizam pelo ombro de Clara. Mordem uma alça cinzenta e fazem-na cair pelo braço abaixo. O cabelo dela esconde-nos, como se de criminosos nos tratássemos. Uma escuridão assustadora cobre-lhe o olhar, a alma dela escondendo-se no interior. Respira com dificuldade, não acreditando naquilo que está a acontecer. Talvez nunca antes o seu pensamento tenha tocado tais assuntos. Talvez as imagens que vê neste momento sejam fantasias escondidas e que a assustam pela realidade com que as enxerga. Talvez esteja petrificada perante o facto de que fará amor com um rapaz, talvez esteja deserta para sentir como é ser-se amada e não haver nada para além de dois corpos com o mesmo cheiro e que se tornam num só naquele momento extraordinário, que se parece com a sensação de queda num sonho. Sabe que me pode mandar parar mas não o quer fazer.
Dentro de poucos minutos pouca roupa temos. Tentamos tirar o coração um ao outro em cima do sofá laranja da sala. Os esforços de Clara concentram-se principalmente na minha boca, braços, ombros e peito. O medo esfumou-se. Eu, de cada vez que me consigo libertar, invisto contra o seu pescoço e seios. Ela contorce-se e cerra os olhos quando a dor é demasiado intensa.
Estamos cobertos de suor, colados um ao outro pelo sonho. O aroma a limão é mais forte que nunca. Tomo-lhe o segredo que esconde de outros e exploro-o. Ela contrai-se, suspira. Nunca vi ser como este. Produz uma seiva que envolve os outros seres e os enfeitiça com tal magia que se torna impossível escapar-lhe. Manda-os dançar e latir como cães até que se ela canse. E o pior, é que se sentem bem ao obedecer-lhe.
O encantamento é forte em mim, irreversível até. Eu sei-o e ela também. Tiramos um prazer imenso deste conhecimento, prazer esse que nos leva para além do êxtase apenas imaginado pela maioria. É o clímax dos amantes indivisíveis e seguros da sua possessão, do facto de pertencerem um ao outro, de que a cada momento recomeçam aquilo que há muito pensavam ter já iniciado.
Uno-me com Clara. Ela sente-o. Fica mais corada ainda, o seu corpo parecendo um forno prestes a explodir, vítima das ondas de dor que sente. Parece estar possuída pelo Oceano e não por mim. Agarra-se à minha boca tentando cortar a sua respiração, querendo parar o tempo naquele preciso segundo em que se sente completa. Os minutos vão passando e mantém aquela expressão serena mas de um pânico oculto. Os olhos fechados escondem a sua alma que quer sair.
Aproxima-se o momento em que o mistério nos é revelado, em que os segredos do Universo se dispõem à nossa frente como uma cartada fatal. Clara pressente-o e crava as unhas nas minhas costas força tal que mas fere. É a luta entre os dois corpos, tentando um impor-se sobre o outro. Ela morde e magoa, mas beija e cura.
È agora. Atinge-nos com tanta força que ela quase que gritou aos meus ouvidos. A Terra abre-se e treme, fazendo-nos cair num precipício sem fundo. Clara abraça-me para não se perder naquele infinito de dor. A alma cobre corpo e o prazer penetra por todos os poro. Por segundos, o Mundo desaparece e apenas nós e o silêncio existimos. Continuamos a cair.
Subitamente aparecemos de novo no sofá laranja da sala. Oiço o som de uma lágrima que cai. Ela chora. Bebo-lhe as lágrimas.

Friday, December 15, 2006

Incubus no Pavilhão Atlântico - Bilhetes já à venda!




Os bilhetes para o concerto dos Incubus no dia 5 de Março no Pavilhão Atlântico já se encontram à venda.




Dia 5 de Março às 20h.

Bilhetes
Balcão 1 (sem marcação) € 35,00
Balcão 2 (sem marcação) € 25,00
Plateia em Pé (sem marcação) € 30,00
Rampa (mobilidade condicionada) € 25,00



Locais de Venda:
Bilheteiras do Pavilhão
Lojas FNAC (Almada, Cascais, Chiado, Colombo, Gaia Shopping, Norte Shopping, St. Catarina, Algarve e Coimbra)
Agência ABEP
El Corte Inglés (Lisboa, Gaia)
Agência Alvalade
Casa Viola (Colombo, Rua Augusta, Areeiro)
ACP (Sede, Amoreiras e CC Colombo)

Wednesday, December 13, 2006

Nada de especial

Bem, aqui vai qualquer coisinha porque já não escrevo nada há muito tempo.

A casa está vazia. É noite profunda. Uma brisa penetra pela janelas com um tom invasor, espalhando-se contra as paredes, que parecem encolher-se com o frio. As cortinas tomam formas femininas, como fantasmas a cumprir uma profecia esquecida. O tecido esvoaça na tentativa de escapar a uma sombra desconhecida.

Duas penas entram, dançando, derramando um brilho branco pelo seu caminho de luz e poisando suavemente sobre a mesa de bronze da sala. O silêncio é apenas perturbado pela respiração de dois corpos, como monumentos construídos para se contemplarem para o resto da eternidade, aquecidos pela areia que agoniza no vento.

A ténue claridade do luar é ofuscada pelo brilho solar de Clara. Os longos cabelos louros escondem a sua face expectante. A minha mão levanta-se, incontrolável, e aterra no seu pescoço. Queimo-me, mas mantenho o meu gesto, sem apertar. Não pareço estar no comando das minhas acções. Por mais que me queira afundar naquele corpo é-me impossível fazê-lo sem me envolver num oceano de carícias. O beijo atrás da orelha, o momento em que os dois ouvimos o seu gemido, aquele “ah” que não é feito no pulmão mas no coração.

Os meus lábios percorrem-na, a pele fina e o interior sobrenatural, detêm-se em linhas e cabelos, sulcos e mares da face. Nem sinais invisíveis naquela escuridão são poupados à minha procura. Roubo-lhe a saliva que tenta esconder na boca. Sabe a mel. Roubo um pouco mais, ela, em vão, tentando impedir-me, parecendo deliberadamente abatida e magoada para me provocar, como se lhe tivesse arrancado um filho. Pousa a mão na minha face e morde-me com força no lábio. O sangue hesita, como se receoso de ser apanhado por Clara, e, qual morto, lentamente se espalha.

- A dor que sentes é o meu amor por ti – diz, com aqueles olhos verdes feridos. – Quero que a sintas todos os dias da tua vida. Quero que seja uma ferida aberta em ti, sangrando para sempre, como o é em mim. Quero que a esfregues com sal e te arda ainda mais.

Com a língua limpa-me a carne do líquido escarlate. Fica estática à espera que eu continue. O nosso amor é estranho, polvilhado de sentimentos fora do comum. As coisas que dizemos um ao outro parecem não fazer sentido. O que sentimos é dor e adoramo-la.

As bocas juntam-se, descobrem-se, envolvem-se numa só coisa, na solidão do mundo escuro. Provamo-nos um ao outro e quanto mais gostamos mais forte é o calor entre nós. A minha pele parece ser atraída pela dela e o espaço é cada vez menor para gestos expansivos. Soltamo-nos uns segundos para respirar. Toco-a por toda a parte, braços, cabelo, pescoço, seios, ombros. Clara aproxima a cabeça e roça-se na minha orelha, mordiscando-a e emitindo pequenos sons que mais parecem de extrema felicidade do que de excitação. Ainda bem. Também me sinto assim.

J&B

Monday, December 11, 2006

Oh My God.. it's INCABUZZZ!


E pronto, o que muitos esperavam tornou-se realidade. Os Incubus estarão em Portugal, no Pavilhão Atlântico, no dia 5 de Março! Sobre data de inicio de venda dos bilhetes, ainda não se sabe de nada. Aguardem!



Mas há mais uma noticia...
O segundo single de "Light Grenades" foi anunciado , e será a música "Dig".

No que diz respeito ao video, os Incubus tomaram a decisão de entregar essa responsabilidade a um fã da banda. Isto é, possivelmente, o vencedor de algum concurso terá direito a "realizar" o video.

Para interessados em participar, visitem www.idigincubus.com

Thursday, November 09, 2006

Black Holes and... Revelations


No dia 27 de Novembro os Muse vão lançar o seu novo single, intitulado
Knights of Cydonia. Até aqui, tudo normal... Mas o que é importante neste
lançamento é que uma das faixas incluidas no single será a
Supermassive Black Hole ao vivo em Lisboa!
É a primeira vez que uma gravação de um concerto de Muse em território
nacional é editada pela banda.
Esta é também uma excelente opurtunidade para os 7000 fãs que encheram o Campo Pequeno no passado dia 26 de Outubro (e para os que infelizmente não conseguiram bilhete) recordarem a noite em que Matthew Bellamy e companhia deram um verdadeiro espectaculo do outro mundo.

Sunday, October 22, 2006

A preview from Light Grenades!

1. Quicksand
WM 28 | WM 100 | Real
2. A Kiss To Send Us Off
WM 28 | WM 100 | Real
3. Dig
WM 28 | WM 100 | Real
4. Anna Molly
WM 28 | WM 100 | Real
5. Love Hurts
WM 28 | WM 100 | Real
6. Light Grenades
WM 28 | WM 100 | Real
7. Earth To Bella (Part I)
WM 28 | WM 100 | Real
8. Oil And Water
WM 28 | WM 100 | Real
9. Diamonds And Coal
WM 28 | WM 100 | Real
10. Rogues
WM 28 | WM 100 | Real
11. Paper Shoes
WM 28 | WM 100 | Real
12. Pendulous Threads
WM 28 | WM 100 | Real
13. Earth To Bella (Part II)
WM 28 | WM 100 | Real

Tuesday, October 03, 2006

Snow (hey oh!)

Red Hot Chili Peppers imparáveis! Com certeza, ou nao seriam os Red hot.. Bem, parece que vão lançar o próximo single do grande albúm (sim, um album com 28 musicas n e pra toda a gente :P) Stadium Arcadium! E será.. o Snow! E foi mesmo hoje, dia 3 de Outubro que começou a ser tocado nas rádios do mundo inteiro! O videoclip desta musica, já finalizado, deve ser lançado muito em breve, embora ainda não tenha sido confirmada nenhuma data, e no dia 26 de Setembro (ok, é verdade ja vou um pouco atrasada..) o site oficial da banda divulgou algumas fotografias do making off.. Deixo aqui então algumas imagens, para os fans, como eu, se deliciarem enquanto o videoclip nao extreia nas televisões de todo o mundo!


(clica na imagem para veres decentemente...) *

Wednesday, September 27, 2006

Anna-Molly

Bem, lá estava eu sem nada para fazer, a modos que decidi ir vadiar para aquele mundo chamado "youtube" .. E o que é que eu encontrei? um videozinho,um genero duma montagem, feito por algum jovem que eu desconheço, com uma das novas musicas dos Incubus (ja referida mais la em baixo..) e obviamente não podia deixar de partilhar convosco! Como ainda nao arranjei as musicas em mp3, ainda nao pude colocá-las no player, ou seja, por enquanto vou pondo estas boas novas que vou encontrando. Espero que gostem!


Sunday, September 17, 2006

Thursday, August 24, 2006

A chaotic series of sonic explosions!

Ora bem, já há muito que andava para escrever isto que vou escrever só que pronto a minha cabeça já não é o que era.. Ora então, ao que parece, a banda Californiana Incubus, vai lançar um novo album! Ah pois é, imparáveis!

2 anos depois de "A crow left of a murder", temos então, o intitulado "Light Grenades". O quinto album, foi acabado apenas ha uns dias, vai sair a 20 Novembro, e a sua produção é da responsabilidade de Brendan O'Brien (também produtor de álbuns de Pearl Jam, Bob Dylan e Korn), tal como já tinha acontecido com o anterior. Com 12 musiquinhas tais como "A Kiss to Send Us Off", "Quicksand", "Anna-Molly", "Earth to Bella", "Love Hurts", e o... title track, que o guitarrista prometeu ser "chaotic series of sonic explosions". Segundo os músicos, este será um grande álbum, e o sr. Brandon Boyd (pa qem n sabe, o vocalista) afirmou que a banda está cada dia mais perto daquilo que sonhava ser. Pois é, as expectativas são grandes, e de certeza que não vos vão desiludir!

Monday, August 14, 2006

Friday, August 04, 2006

Surpresas halloweenescas




Senhoras e senhores, meninos e meninas (nao aconselhável mas...), o terceiro filme desta grande saga (que por sinal ate sao os meus filmes preferidos), ja foi anunciado! SAW3! Ao que parece extreia este Halloween, (plo menos lá pas Americas..) dia 28 de Outubro! (Tal como diz o contador) Agora só nos resta esperar, para saber se aqui será na mesma data, ou mais tarde, (como é costume) e se terá tanto sucesso como os outros dois!

Ah, já agora aproveito também para acrescentar, que segundo o que ouvi dizer, os Muse estarão em Portugal dia 26 de Outubro (é só novidades em Outubro han!) a actuar no Campo Pequeno, as 21h!..Os bilhetes, estão á venda apartir de hoje, 14 de Agosto! Corram caros fans!... Um mês com grandes novidades, a Não perder!

Wednesday, July 26, 2006

Ante

Tenho saudades do antes.. Saudades de quando o mundo parecia uma fantasia real, perfeita e simples. Saudades de ouvir um gesto, sentir uma palavra, que me tocavam ca dentro. Saudades de palavras que veem do coração e não as posso soltar, nem as posso receber. Saudades de quando não tinha saudades. Saudades do especial e único. Saudades de quando podia chorar de alegria, ou nervosismo, sabendo que não era de tristeza.. bolas! Que saudades.. Saudades de quando não tinha perdido nada. Saudades de ter medo que um dia tudo acabasse definitivamente... Se bem que ainda tenho, mas o medo actual e mais intenso. Saudades de acordar reconfortada... com palavras. Saudades de sentir força... É.. Saudades que tenho medo que cresçam ainda mais.. Só queria voltar ao antes...

(ao som de Beck - Everybody's gotta learn sometimes)

Tuesday, July 18, 2006

Porque não se explica..

A maya... Falavam da maya.. A maya isto, a maya aquilo... A maya faz parte das manas e eu por acaso tambem...

Nisto passam-se seculos.. xD acabam-se as manas..


Um dia feliz e contente, a Aninhas decide ir ao Loft.. ah e tal mas a maya mora la ao pe..vamos visita-la.. A aninhas acha a maya uma porreira, apesar de so ter estado com ela 10 minutos..

Ate q se lembra q sempre teve o mail dela.. mas nunca falaram porque simplesmente achavam (as duas) que a outra nao a curtia (mas confesso que smp tive bue curiosidade em falar) xD

Foi entao que começaram a flr.. E mais e mais.. E ao longo do tempo a aninhas foi descobrindo uma miuda espectacular, super parecida com ela, que a ouvia, que a entendia, que smp mostrou interesse no que ela contava e desabafava..

Ate que foram sair uma vez (frustradas e esmagadas), ela foi a casa da aninhas e quase morreu engasgada (promenoooores...) , e foram aos caracois e ela fez um texto LINDO no mega-caderno (: enfim... depois as msgs a tda a hora e tdo o segundo (agr foi romantico) xD


Tudo isto para dizer.. que as vezes temos autenticos tesouros mesmo a nossa frente.. eu AMEI conhecer-te (assim cmo deve ser lol) e que te tens tornado mesmo uma AMIGA DAQUELAS (:

Desculpa as vezes nao fazer tanto cmo tu...n me esforçar tanto cmo devia.. fui uma parva :X

Saturday, July 15, 2006

Há mimos e mimos....


Desculpem mas.. teve de ser...

Thursday, July 13, 2006

Diz que há prai uns festivais

Ora isto são 1:09 portanto boa noite...Antes de mais nada vou apresentar-me:
Não sirvo pra nada, não faço nada da vida, não sou nada. Basicamente é isto. Bem... e feitas as apresentações vinha aqui falar dos festivais de verão se puder ser.
Festivais de verão são cerca de imensissimérrimos, por isso acho melhor só falar de três que senão isto ia demorar algum tempo que eu posso usar, por exemplo pra cortar as unhas.
Portanto temos o Sudoeste que provavelmente é que chama mais gente por ser o mais mainstream...isto cá pra mim o cartaz é uma bela poia de ratazana que comeu peixe podre mas daquele mesmo podre...mas enfim há quem goste e gostos não se discutem...

Palco tmn
3 de Agosto - Gentleman / Mattafix / Brazilian Girls
4 de Agosto - Prodigy /Goldfrapp / TIGA
5 de Agosto - Daft Punk / Skin / Boss AC
6 de Agosto - Zero 7 / Xutos & Pontapés

Palco Planeta Sudoeste
3 de Agosto - Seu Jorge
4 de Agosto - Nouvelle Vague
5 de Agosto - Los de Abajo / Who Made Who
6 de Agosto - Final Fantasy / José Gonzales / Rui Vargas

Palco Positive Vibes
4 de Agosto - Max Romeo
5 de Agosto - Sir Giant
6 de Agosto - Anthony B / Israel Vibration

O palco tmn, é para esquecer...Os zero 7 e os prodigy não são suficientes para compensar tamanha quantidade de porcaria que vai andar por este palco...O palco planeta sudoeste já tá melhorzinho que o tmn. É um palco mais calmo, com música mais calma(e neste caso muito melhor) que o palco principal! A banda de versões Nouvelle vague é na minha opinião do melhor que há neste palco. Por fim no Palco Positive vibes que anda pela onda do reagge e do ska actua um Músico Português, o Sir Giant...há se ser bom, não sei...Este é mesmo o pior cartaz dos três festivais! Os preços não são assim muito caros(70€ para quem não comprou antes de 31 de Março. Esses pagaram menos 10 €).

Depois temos um festival montes de hype que é o Paredes de Coura. Apesar de não ter um cartaz tão bom como no ano passado, tem algumas coisas boas que não são de deixar passar sem ir ver. Eu cá vou! Pena que seja tão caro. Passe de 4 dias+ viagem são 120€

Dia 14 (festa de apresentação)
Warren Suicide / Miguel Quintão / Optimo Dj´s / Corsage / Bandex
Dia 15
Palco heineken paredes de coura
Morrissey / Fischerspooner / Broken Social Scene / Madrugada / Gomez / White Rose Movement
Palco after hours
X-Wife / Digitalism
Dia 16
Palco heineken paredes de coura
Bloc Party / yeah yeah yeahs /Gang of four / Eagles of death metal / We are scientists Members of the public / Nightmare of You
Palco after hours
Panico / Dj Kitten
Dia 17
Palco heineken paredes de coura

Bahaus / The Cramps / !!!(chk chk chk) / Shout ou Louds + bandas por confirmar
Palco after hours
Selfish Cunt / Justice

No primeiro vou lá ver o Morrissey, broken social scene e madrugada... Nada de especial este dia. Agora dia 16 --> tipo respeito! não há uma banda que não adore. dia 17 espero que os bahaus e os !!!(chk chk chk) repitam o que já fizeram em paredes de coura e que mandem aquilo tudo abaixo. Outro clássico são os the cramps. Claramente o melhor dos três festivais!
O festival de Vilar de Mouros este ano está bastante bom(para o estilo que é) . Pelo que eu percebi este ano há três palco e um deles muda de tema todos os dias. O 1º dia vai ser a Tenda 1971, o segundo Tenda 1982 e no último dia vai ser a Tenda rock.

Dia 21
Palco VDM -
Sepultura / Xutos & Pontapés / Mojave 3 / The vicious five / Deluxe
Palco Original - Banda da G.N.R. / Kussondulola / Soundsista's / Mofyah Sound System
Tenda 1971 - 7 Magnificos
Dia 22
Palco VDM - Iggy & the Stooges / Tricky / Taxi / The Datsuns / Mau
Palco Original - Quarteto João Guimarães / João da onça / Sativa /In Ghetto Sound System / Youth Culture
Tenda 1982 - Dead Combo / Durruti Column / 7 Magnificos
Dia 23
Palco VDM -
Cradle of Filth / Moonspell / Soulfly /Mosh / Hundred Reasons / Banda de Poi
Palco Original - Cinemuerte / The temple / Twentyinchburial
Tenda Rock - Led On / Phill Case / Rock is not dead

Divirtam-se metaleiros...Sepultura e Soulfly no mesmo festival numa altura em que o Igor Cavalera também deixou os Sepultura. Será que vai haver porrada? Para comemorar os 35 anos a organização vai trazer, 35 bandas e os passes de 3 dias custam 35 €. Granda iniciativa esta de meter os passes tão baratos. É mais barato o passe neste festival que um bilhete para um dia num dos outros dois festivais.
Para concluir: Sudoeste - Não vale mesmo a pena...Festival manhoso! Paredes de Coura - Por um lado tem o melhor cartaz dos três festivais, mas é o mais caro. Vilar de Mouros - O cartaz está bom, e o preço melhor ainda!

Monday, July 10, 2006

Eternal Sunshine of the spotless mind..


[In the house on the beach]
Joel: I really need to go. I should catch my ride.
Clem: So go.
Joel: I did. I thought, maybe you were a nut. But you were exciting.
Clem: I wish you had stayed.
Joel: I wish I had stayed to. Now i wish i had stayed.. I wish I had done a lot of things. I wish i... I wish I had stayed. I do.
Clem: Well i came back down the stairs and you're gone..
Joel: I walked out, i walked out the door..
Clem: why?!
Joel: I don't know.. I felt like I was a scared little kid. I was like.. I was too nervous.. I don't know..
Clem: You were scared?
Joel: Yeah. I thought you knew that about me. I ran back to the bonfire, trying to outrun my humiliation.
Clem: Was it something I said?
Joel: Yeah, you said so go.. with such disdain you know?
Clem: Oh, I'm sorry.
Joel: It's ok.
Clem: Joely? What if you stayed this time?
Joel: I walked out the door. There's no memory left.
Clem: Come back and make up a goodbye at least, let's pretend we had one...
....Goodbye, Joel.
Joel: ...I love you...
Clementine: [whispers] Meet me... in Montauk...

Tuesday, June 06, 2006

Convegsa da Tgueta..

Epah, peço imensas desculpas, mas eu tive de publicar isto...

[00:59:40] Maya ? [: VA BLOQEIA LA
[00:59:41] Maya ? [: :P
[00:59:48] ø A?!?håx: parvaaaaaaaaaaaaaaaaa
[00:59:51] Maya ? [: xD
[00:59:52] ø A?!?håx: pára de dizer isso
[00:59:59] ø A?!?håx: eu nn te faço issso!150
[01:00:24] Maya ? [: (qe cinismo meu Deus..devias ir pa actriz..)
[01:00:25] Maya ? [: LOL
[01:01:08] ø A?!?håx: :n gosto mais de ti
[01:01:14] Maya ? [: GOSTAS SIM
[01:01:17] Maya ? [: eu eq mando
[01:01:34] ø A?!?håx: parva! má!
[01:01:37] ø A?!?håx: feia!
[01:01:40] Maya ? [: n sou mais tua amiga :'(
[01:01:45] ø A?!?håx: nojenta mal cehirosa
[01:01:56] Maya ? [: qem diz e qem é
[01:02:04] ø A?!?håx: tas.te a ver ao espelho
[01:02:08] ø A?!?håx: ah ah
[01:02:10] Maya ? [: (toma)
[01:02:32] ø A?!?håx: enfia no cuuu a ver s dá musicaa!
[01:02:33] Maya ? [: NAO TOU A LER NAO TOU A LER, NAO TOU A LER
[01:02:35] Maya ? [: NAO TOU A LER
[01:02:37] Maya ? [: NAO TOU A LER
[01:02:48] ø A?!?håx: parva da merdaaaa
[01:02:48] Maya ? [: NAO TOU A LER
[01:02:53] ø A?!?håx: vou chamar o senhor tobias
[01:02:54] Maya ? [: NAO TOU A LER
[01:02:57] Maya ? [: ai nao
[01:02:57] ø A?!?håx: e tu vais ter medo
[01:02:58] Maya ? [: n faças isso
[01:03:03] Maya ? [: senao eu chamo o sr horacio
[01:03:05] ø A?!?håx: ai faço faço
[01:03:06] Maya ? [: e dps eles andam a porrada
[01:03:10] ø A?!?håx: ai nao quero saber
[01:03:13] ø A?!?håx: nao tenho medo
[01:03:16] ø A?!?håx: sou mais forte
[01:03:16] Maya ? [: ai nao?
[01:03:18] Maya ? [: vais ver!!
[01:03:25] ø A?!?håx: ai é? ai é?
[01:03:37] ø A?!?håx: eu tenho aqui a minha super bazuca raios laser!
[01:03:39] ø A?!?håx: e agr?
[01:04:00] Maya ? [: e eu tenho a minha hiper metrelhadora
ultra-violetas e infra-vermelhos
[01:04:04] Maya ? [: AHHHHHHH
[01:04:04] Maya ? [: TOMAAA
[01:04:15] ø A?!?håx: aaah essa n cabia ai no quarto!
[01:04:17] ø A?!?håx: mentirosa!
[01:04:19] Maya ? [: ai nao?
[01:04:21] Maya ? [: entao comeq coube?!
[01:04:25] ø A?!?håx: LOOOL
[01:04:28] Maya ? [: LOL
[01:04:28] ø A?!?håx: tive q me rir
[01:04:32] ø A?!?håx: olha pa isto pa!
[01:04:33] ø A?!?håx: xD
[01:04:42] ø A?!?håx: putefia pa
[01:05:26] ø A?!?håx: fds, agr é q é crl
[01:05:31] ø A?!?håx: mas qem é q manda aqui?
[01:05:41] ø A?!?håx: vou dormir e nao ha mais discussoes
[01:05:47] ø A?!?håx: qem é q poe o pao na mesa?
[01:05:56] ø A?!?håx: aiii a miuda
[01:05:57] Maya ? [: qem eq mija de pe??
[01:06:53] ø A?!?håx: eu mijo de cocoras (n sei s é assim q se
escreve) e dai?
......

E isto é o pão nosso de cada dia..

Monday, May 15, 2006

Vai


Ya-Yo Gakk!

Thursday, May 04, 2006

Artista Incompreendido

Aqui começa a minha vida. A caneta na minha mão é de um vermelho escuro, cor de sangue. Gostava que estas palavras fossem escritas com o meu próprio, mas duvido que tenha o suficiente.
Vou falar-vos um pouco sobre mim. Escrevo num caderno quadriculado numa aula de Religião e Moral, depois de uma garrafa de Martini e uns dez cigarros. Embora já tenham todos desaparecido imagino-os aqui. Um cinzeiro a transbordar de beatas e cinzas espalhadas por todo o lado emanam um odor de tabaco extinto. A garrafa de vidro verde está entornada, as últimas gotas de líquido tinto a serem derramadas para o topo desta folha. Não me dou sequer ao trabalho de limpar. Esta é uma das características que adquiri com a vida: preocupo-me com muito pouco.
O meu maço não está longe, coberto por um isqueiro de estimação com números amarelos: 1944. Mal consigo ver esta imagem. Os meus olhos fecham-se, as minhas mãos entrelaçam-se e tremem em volta desta pena de plástico. Não consigo encostar a cara à mesa, não mo permite o meu protuberante nariz. Suspiro.
A ininterrupta ladainha destes professores de colégio privado irrita-me. Muito do que aprendi nem foram eles que me transmitiram, em parte porque não podem. Sou diferente, é um facto, não especialmente bonito, passo despercebido facilmente. Estas palavras parecem grotescamente inconsistentes, de modo que imaginem-me como bem desejarem. Para além do mais não estou com cabeça para estas descrições chatas.
Música, gosto. Serve os meus propósitos. Liberto-me deste stress urbano-depressivo arrancando notas da minha guitarra eléctrica com alguns amigos mais velhos. Entendam urbano-depressivo não como uma doença ou uma depressão de nome rebuscado, mas como uma perspectiva, um modo de ver as coisas. Lembrem-se do Bairro Alto, das luzes das ruas desertas que dão um brilho opaco ao asfalto, das infindáveis bebedeiras que é preciso curtir agarrado a um caixote do lixo de cabeça à roda e um cheiro a café, tabaco e uísque. Pensem no som do “Screen”, naqueles momentos em que metemos a cabeça entre as pernas depois de uma sessão de shots na vã tentativa de esquecer um amor falhado, nos candeeiros de Alcântara às sete da manhã, nos poemas soturnos ao pôr-do-sol de Lisboa, nos sótãos que servem de quarto a músicos como eu, rodeados de maços de Marlboro e garrafas vazias de Martini.
O meu nome não interessa, não faz diferença, dêem-lhe o vosso. Sou músico, escritor e outra coisa que logo verão, que nem sequer é compatível com as duas primeiras. Sou um homem em guerra civil consigo próprio, como diria Platão.
Levo o cigarro à boca e puxo com força. Já não estou na aula de Moral, (estou na de Matemática) mudei de sítio a meio deste texto. No entretanto, passaram muitas ideias sobre como continuá-lo na minha cabeça. Escrevo porque a minha alma ferida o pede, como um moribundo pede láudano. Escrevo porque a dor que sinto leva-me a abstrair-me da estupidez que me rodeia e afundar-me aqui a contar-vos esta história.
Tudo isto é por causa de uma rapariga, de uma mulher, ou como queiram chamar-lhe consoante as diferentes conotações. Claro que isto é óbvio. Cada vez que um homem leva a pena à tinta há, sem dúvida, uma razão feminina por trás. Esta chama-se Clara. Isto é a única coisa a que não me permito mudar o nome. É algo específico, concreto, com um determinado conjunto de características únicas e efeitos no Universo, como uma rosa ou arsénico.
É para ela que canto, que toco, que escrevo. É nela que penso quando estou irritado ou quando acendo um cigarro, ou quando pago a mensalidade. Aqueles cabelos loiros são a borracha que apaga as minhas fúrias. Pode parecer vão, mas é o natural.
Pareço ter vinte e alguns anos, com os problemas que tenho. Na verdade sou mais novo. Sem mais delongas.Esta é a tua história.

Monday, April 03, 2006

erhm...

E é nesta altura que eu digo.... "FÉÉÉÉRIASS!" epah ya.. férias........ férias............. férias?
pois parece que sim.. mas chega ao dia.. isheee, acordas bue tarde.. e de repente olhas a volta.. "e agora, o que é que vou fazer?" sentas-te no pc.. e começas a escrever.. e realmente.. é tudo tao bonito, mas depois ha sempre aquelas pessoas (como eu) que não têm grande coisa para fazer.. ou é porque os outros foram para o cú de judas, ou para a santa terrinha... ou é porque os outros tão ocupados, porque ja combinaram ir nao sei onde com o pessoal... ou é porque eu tenho de ir fazer outras coisas importantes (como por ex. ir entregar o dinheiro á explicadora....), precisamente no dia em que dava para combinar algo interessante com alguem... é frustrante huh? Digamos que é a chamada 'vida turística'... Sem nada para fazer... apenas ir passear a cidade... o que não é propriamente o meu objectivo sendo que ja vi a merda que ela é.. xD Bem, tenho de ir ver o que é que há para comer.. (e é a isto que se resume a minha vida turística..).

Tuesday, March 21, 2006

(:

Cliquem aqui (:

e comentem.. de preferencia..

p.s: Demora muito para chegar as férias?

Wednesday, March 08, 2006

Para sempre...

" Querida concha:

No mar existem muitas conchas. Umas bonitas e boas, outras más e feias.
Procurei as conchas boas, mas não as encontrei. Estavam partidas ou riscadas. Cortavam.
Até que, um dia, a maré trouxe até mim uma concha. Colorida e transparente. Essa concha abriu-se e eu sentei-me lá dentro. Para sempre...
.................................................................
A gaivota continua bem. Vi-a da minha casa a voar em direcção aos penhascos. "





Maria Teresa Maia Gonzalez - O guarda da praia
P.S: ja agora: Ass. Dunas

Tuesday, February 21, 2006

Pois, parece que nem com palavras isto la vai.

O bater de solas no carvalho negro dos degraus era crescente. Baques da madeira eram, contudo, menos tensos que se aproximavam de certa casa nos andares superiores. O barulho deteve-se na frente de uma porta de abeto claro. Este eco era ouvido pela única pessoa que o conseguia sentir, que abraçava um corpo imaginário mordendo os lábios numa fina dor, como um floco de neve descendo pela espinha abaixo.
Do lado de fora da porta, de mão nervosa e trémula, rasgando a fechadura com a chave, o outro fim daquele elo recuperava forças antes de entrar. O odor a limão açucarado dominava o ar como o acre de uma arma quando é disparada. Era doloroso. Queria esta perto dela, queria tocar-lhe, mas o mero olhar verde esmeralda daquele ser esvaziáva-o.
O bater da porta assinalava sempre algo, fosse bom ou mau. Ambos o sabiam e ambos gostavam de o saber. Naquele amor havia mais que um afecto louco e quente, havia uma silenciosa cumplicidade. Uma troca de olhares, envolvida numa das brisas da noite de Paris, podia prolongar-se por mais tempo que uma conversa.
Separava-os apenas uma parede. Os dois olhando para a porta, ouvindo o som do silêncio que quebrariam em breve, aproveitando-o. Aproveitando sim, aproveitando a certeza do que aconteceria a seguir, deleitando-se com os últimos e divinos segundos de uma espera que teria apenas um desfecho possível. Um afecto maduro e astuto, cheio de ardis amorosos.
A esquina da porta do quarto era a última etapa desta odisseia. Ao contorná-la, viu aquilo porque já esperava e ansiava. Ela, deitada, coberta de uma camisa de dormir azul escura, boca entreaberta e mão estática no ar, preparada para ser deitada de novo aos lábios. Fixava o vazio da varanda aberta, sabendo, todavia, que os olhos dele seguiam o mais ínfimo dos seus movimentos. O cabelo castanho mel, do qual pendia uma franja que lhe chegava aos olhos, espalhava-se pelos seus ombros como um manto de ouro. Descrição vã, mas inteiramente verdadeira. É impossível descrever tão divino ser sem cair em entusiasmos fúteis. Mas que olhos, que boca, que mãos, que braços! Algo que só um deus poderia criar. Ela sabia-o e usava este seu poder. Lia-lhe os pensamentos como as letras de um livro aberto à luz do sol.
- Então? – pergunta propositadamente banal.
- O costume – resposta banal. Sem sorrisos. Os dois olhando para direcções estranhas. Deitou-se ao lado dela, deixando que a sua essência lhe invadisse o corpo e o desiquilibrasse. Os seus lábios penetraram nas colinas daquele pescoço. Sempre que ali entrava perdia-se, e parecia-lhe que o labirinto também. Ela debatia-se com pequenos sussurros e encolher de ombros. Virou-lhe finalmente a cara, languidamente, com um enorme e brilhente sorriso.

Agradeço que continuem a comentar. São aceites insultos, ainda.

Sunday, February 19, 2006


Há amor amigo
Amor rebelde
Amor antigo
Amor da pele
Há amor tão longe
Amor distante
Amor de olhos
Amor de amante
Há amor de inverno
Amor de verão
Amor que rouba
Como um ladrão
Há amor passageiro
Amor não amado
Amor que aparece
Amor descartado
Há amor despido
Amor ausente
Amor de corpo
E sangue, bem quente
Há amor adulto
Amor pensado
Amor sem insulto
Mas nunca, nunca tocado
Há amor secreto
De cheiro intenso
Amor tão próximo
Amor de incenso
Há amor que mata
Amor que mente
Amor que nada, mas nada
Te faz contente, me faz contente
Há amor tão fraco
Amor não assumido
Amor de quarto
Que faz sentido
Há amor eterno
Sem nunca, talvez
Amor tão certo
Que acaba de vez
Há amor de certezas
Que não trará dor
Amor que afinal
É amor,
Sem amor
O amor é tudo,
Tudo isto
E nada disto
Para tanta gente
É acabar de maneira igual
E recomeçar
Um amor diferente
Sempre , para sempre
Para sempre

Donna Maria- Sempre Para Sempre

Sunday, February 05, 2006

O que a porcaria do amor faz a um gajo

Hélène rodopiou sobre si mesma e ficou a distância de um dedo da face dele. Sentiram as suas respirações a confundirem-se, um retirando o ar ao outro. Foram invadiados por uma dolorosa onda de loucura que lhes fazia arder o coração. Bourget sentia o perfume a estrangular-lhe a garganta e a sensação cálida do corpo de Hélène atacava-lhe o vulnerável coração. Os olhos de ambos rodopiavam num duelo embriagado e subitamente parecia não haver mais nada além deles. Colaram os lábios inesperadamente, num movimento que se assemelhava ao de o efeito de uma faísca num barril de pólvora. Beijaram-se com toda a energia que possuíam, afundados num doce extâse que desejavam nunca mais acabar. Ela colara-se ao seu corpo, aderindo totalmente. Percorriam a boca um do outro, em busca de refúgio, em busca do amor que nunca haviam possuído. As mãos deslizavamm por todas as partes do corpo. Actuavam como um só em todos os movimentos, explorando a sua intimidade e o limiar do espírito que ambos partilhavam e relutantemente recusavam.
Tudo se desenrolou num espaço de poucos segundos. Hélène separou a sua boca da de Bourget, olhando-o depois profundamente, examinando cada detalhe de nervosismo que ele deixava transparecer. Num gesto ponderado e delicado, como todos os que fazia, retirou o fio de ouro que pendia do seu pescoço e colocou-o na mão de Bourget.
- Para que te lembres de mim – disse. Pôs a mão na fivela da pasta que o pobre rapaz trazia na mão e arrancou-a secamente, fazendo com que o conteúdo da mala caísse no chão de mármore rosado. – isto é para que me recorde de ti – virou-se e seguiu o seu caminho, deixando Bourget com os pápeis e o coração aos pés, ouvindo o som do silêncio.

Ora faz favor de comentarem por favor. Aceitam-se insultos. Importante mesmo. Proximos episodios para breve.

Wednesday, February 01, 2006

Porque é que não se acende a luz?

E quanto mais penso, mais me certifico que me posso tornar desejante de ir por esse caminho, apesar de seguir o meu rumo pelo outro lado do mar. E é pelo outro lado do mar que os erros se tornam evidentes... Sendo que nao me asseguram nenhuma utopia, porquê segui-lo? porque nao correr por ambos? ou porquê termos tantas escolhas neste calor? Com tantos pareceres que me destinam e talvez nenhum seja o certo, ou mesmo porventura todos sejam, como eleger? Supondo que não há nenhuma conclusão óbvia, excluindo as hipóteses irrefutáveis que nos entristecem, escolhemos, partimos para esse caminho... O meu? É o mar: a harmonia, o desejo tenro de sossego, e a felicidade tão esperada por todos nós...Resta saber quando o mar se abre para nos dar passagem e nos esconde, ou quando não nos deixa ir em frente, e perante a sua imensidão nos expõe tal qual um semáforo bem aceso... E era isso que gostava de saber... E com tanto vigor e brio da nossa parte, há quem fique naufragado, como também há quem chegue ao seu porto, pronto para imergir noutro intenso mar...

Cântico negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há nos meus olhos ironias e cansaços)
E cruço os braços,
E nunca vou por ali...
A minha gloria é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre da minha Mãe.
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam os meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Porque me repetis: "Vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
(...) Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?
Corre nas vossas veias sangue velho dos avós.
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
(...) Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.

É uma onda que se alevantou
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
-Sei que nao vou por aí!
René Magritte, O mês da vindima